sábado, 28 de abril de 2012

A Telemanipulação


A mídia televisiva é a mais forte influenciadora e propagandeadora que o estado tem em mãos na atualidade... Saiba discernir o que é real ou mera conspiração...
            Nos colocam a televisão e acabamos não vivendo nossa vida, mas o que está estabelecida nela.
            Criam ilusões de novos estilos de vida, como se o mundo fosse perfeito e que todas as pessoas do mundo fossem felizes, com a única intenção de nos fazer consumir aqueles produtos, pois se não consumimos somos considerados idiotas, incapazes, enfim, inferiores.
            O jornal na TV cada vez mais passa violência e a notícia quando é passada é distorcida, nem tudo que eles falam corresponde a nossa realidade. E as verdades que eles passam, não são nossas verdades, não vivemos no mar de rosas, e se sabe que nem todos os produtos que eles passam nós podemos comprar; então deixemos de ser imbecis e tentemos enxergar a realidade, porque a TV a cada dia que se passa, tenta nos imbecilizar e colocar as suas idéias na nossa mente, para que não tenhamos a nossa opinião formada do que achamos que devemos fazer, e não os padrões que ela coloca durante nosso convívio.
            A mídia televisiva transforma as fantasias em razões de vida como se fosse um tipo de droga e que pode nos dar o que a realidade nos nega.
            Enfim, antes mesmo de ligar o seu aparelho de TV outra vez, pense, porque você poderá ser a próxima vitima e quando perceber, estará por completo teleguiado, pois ela determinará o seu comportamento.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Navio de Tolos


Era uma vez, um capitão e os imediatos de um navio que ficaram tão vaidosos da sua marinheiraria, tão cheios de insolência e tão impressionados com eles mesmos, que enlouqueceram. Eles viraram o navio para o norte e velejaram até encontrarem icebergues e campos de gelo, e continuaram a velejar para norte para águas mais e mais perigosas, somente para lhes dar oportunidades para realizarem façanhas cada-vez-mais-brilhantes de marinharia.





À medida que o navio alcançava latitudes cada vez mais altas, os passageiros e a tripulação ficaram cada vez mais desconfortáveis. Eles começaram a terem disputas entre eles e a queixarem-se das condições em que viviam.



"Os meus ossos tremem", disse um marinheiro hábil, "se essa não é a pior viagem que eu já estive. O convés está escorregadio com gelo; quando eu estou de vigia o vento corta pelo meu casaco como uma faca; sempre que eu enrolo as velas quase congelo os meus dedos; e tudo o que eu ganho com isso são uns miseráveis cinco xelins por mês!"



"Você acha que está mal!" disse uma passageira. "Eu não consigo dormir à noite por causa do frio. As senhoras neste navio não têm a mesma quantia de cobertores que os homens. Não é justo!"



Um marinheiro mexicano soou junto: "¡Chingado! Eu só estou ganhando a metade do salário dos Anglo-marinheiros. Nós precisamos de bastante comida para nos mantermos quentes neste clima, e eu não estou ganhando a minha parte; os Anglos ganham mais. E o pior de tudo é que os imediatos sempre me dão ordens em Inglês invés de em Espanhol."



"Eu tenho mais razão para reclamar do que todos," disse um marinheiro Índio Americano. "Se os cara-pálida não tivessem me roubado das minhas terras ancestrais, eu nem estaria neste navio, aqui entre icebergues e ventos árcticos. Eu só estaria remando numa canoa num lago agradável e plácido. Eu mereço compensação. No mínimo, o capitão deveria permitir que eu organizasse um jogo de dados para que eu pudesse ganhar algum dinheiro."



O contramestre falou: "Ontem o primeiro imediato me chamou de "fruta" só porque eu chupo paus. Eu tenho o direito chupar paus sem ser chamado de nomes por isso!"



"Não são apenas os humanos que são maltratados nesse navio," exclamou um amante de animais entre os passageiros, a sua voz tremendo de indignação. "Ora, na semana passada vi o segundo imediato chutar o cachorro que vive no navio duas vezes!"



Um dos passageiros era um professor universitário. Apertando as mãos ele exclamou,



"Isso tudo é terrível! É imoral! É racismo, sexismo, especismo, homofobia, e exploração da classe trabalhadora! É discriminação! Nós temos que ter justiça social: Salários iguais para o marinheiro Mexicano, maiores salários para todos os marinheiros, compensação para o Índio, cobertores iguais para as senhoras, um direito garantido para chupar paus, e não mais chutar o cachorro!"



"Sim, sim!" gritaram os passageiros. "Ai-ai!" gritou a tripulação. "É discriminação! Nós temos que exigir os nossos direitos!"



O camaroteiro limpou a sua garganta.



"Ha-ham. Todos vocês têm boas razões para se queixar. Mas me parece que o que nós realmente precisamos fazer é virar esse navio e rumar de volta para o sul, porque se nós continuarmos indo para o norte com certeza iremos mais cedo ou mais tarde naufragar, e então os seus salários, os seus cobertores, e o seu direito de chupar paus não vos vão adiantar nada, porque nós todos nos iremos afogar".



Mas ninguém prestou atenção nele, porque ele era apenas o camaroteiro.



O capitão e os imediatos, nos seus postos na popa, estavam observando e ouvindo. Agora eles sorriam e piscavam-se entre si, e com um gesto do capitão o terceiro imediato desceu da popa, passeou para onde os passageiros e a tripulação estavam reunidos, e abriu caminho entre eles. Ele fez uma expressão muito séria na sua face e disse exactamente assim:



"Nós oficiais temos que admitir que algumas coisas realmente indesculpáveis têm acontecido neste navio. Nós não havíamos percebido o quão má estava a situação até ouvirmos as suas queixas. Nós somos homens de boa vontade e queremos fazer o melhor para vocês. Mas - bem - o capitão é um tanto conservador e tem os seus modos, e talvez tenha que ser informado um pouco antes de fazer quaisquer mudanças substanciais. A minha opinião pessoal é que se vocês protestarem vigorosamente - mas sempre pacificamente e sem violar quaisquer das regras do navio - vocês irão tirar o capitão da inércia e forçá-lo a dar atenção aos problemas dos quais vocês se queixam tão justamente".



Tendo dito isso, o terceiro imediato dirigiu-se de volta para a popa. Enquanto ele ia, os passageiros e a tripulação gritaram para ele, "Moderado! Reformista! Bom-liberal! Bobo do capitão!" Mas contudo eles fizeram como ele disse. Eles se reuniram num grupo ante a popa, gritaram insultos aos oficiais, e exigiram os seus direitos: "Eu quero maiores salários e melhores condições de trabalho," clamou o marinheiro hábil. "Cobertores iguais para as mulheres," clamou a senhora passageira. "Eu quero receber as minhas ordens em Espanhol," clamou o marinheiro Mexicano. "Eu quero o direito de organizar um jogo de dados," clamou o marinheiro Índio. "Eu não quero ser chamado de 'fruta", clamou o contramestre. "Sem mais chutar o cachorro," clamou o amante de animais. "Revolução agora", clamou o professor.



O capitão e os imediatos amontoaram-se e deliberaram por vários minutos, piscando, concordando com a cabeça e sorrindo uns aos outros enquanto isso. Então o capitão deu um passo à frente da popa e, com uma grande demonstração de benevolência, anunciou que o salário do marinheiro hábil seria aumentado para seis xelins por mês; o salário do marinheiro Mexicano seria aumentado para dois-terços dos salários dos Anglo marinheiros, e a ordem para enrolar as velas seria dada em Espanhol; as senhoras passageiras iriam receber um cobertor a mais; o marinheiro Índio seria permitido de organizar um jogo de dados nos Sábados à noite; o contramestre não seria chamado de 'fruta' contanto que ele chupasse o pau de forma estritamente privada; e o cachorro não seria chutado a menos que ele fizesse algo realmente mau, como roubar comida da cozinha do navio.



Os passageiros e a tripulação celebraram essas concessões como uma grande vitória, mas na manhã seguinte, eles estavam novamente se sentindo insatisfeitos.



"Seis xelins por mês é uma ninharia, e eu ainda congelo os meus dedos quando enrolo as velas," resmungou o marinheiro hábil. "Eu ainda não estou ganhando os mesmos salários dos Anglos, ou comida suficiente para este clima," disse o marinheiro Mexicano. "Nós mulheres ainda não temos cobertores suficientes para nos mantermos aquecidas," disse a senhora passageira. Os outros tripulantes e passageiros exprimiram queixas similares, e o professor os encorajou.



Quando eles terminaram, o camaroteiro falou - mais alto dessa vez para que os outros não pudessem ignorá-lo facilmente:



"É realmente terrível que o cachorro seja chutado por roubar um pedaço de pão da cozinha do navio, e que as mulheres não tenham cobertores iguais, e que o marinheiro hábil tenha os seus dedos congelados; e eu não vejo porque o contramestre não deva chupar paus se ele quiser. Mas olhem quão densos os icebergues estão agora, e como o vento sopra cada vez mais severo! Nós temos que virar este navio de volta para o sul, porque se nós continuarmos para o norte nós iremos naufragar e nos afogar."



"Oh, sim," disse o contramestre, "É realmente horrível que nós continuemos rumando para norte. Mas porque eu tenho que continuar a chupar paus no armário? Porque eu tenho que ser chamado de 'fruta'? Eu não sou tão bom como todos os outros?"



"Velejar ao norte é terrível," disse a senhora passageira. "Mas você não vê? É exactamente por isso que as mulheres precisam de mais cobertores para mantê-las aquecidas. Eu exijo cobertores iguais para as mulheres agora!".



"É realmente verdade," disse o professor, "que velejar para o norte impõe grandes apuros em todos nós. Mas mudar o rumo em direcção ao sul seria irrealístico. Você não pode voltar o relógio. Nós devemos encontrar uma maneira responsável de lidar com a situação."



"Olhem", disse o camaroteiro, "Se nós deixarmos esses quatro loucos lá na popa fazerem como querem, nós todos nos afogaremos. Se nós conseguirmos retirar este navio do perigo, então nós poderemos nos preocupar com as condições de trabalho, cobertores para mulheres, e o direito de chupar paus. Mas primeiro nós temos que virar esta embarcação para o outro lado. Se alguns de nós nos juntarmos, fizermos um plano, e demonstrarmos alguma coragem, nós podemos nos salvar. Não seria preciso muitos de nós - seis ou oito dariam. Nós poderíamos atacar a popa, atirar aqueles lunáticos ao mar, e virar o navio para o sul."



O professor elevou o seu nariz e disse austeramente, "Eu não acredito em violência. É imoral".



"Não é ético usar violência jamais", disse o contramestre.



"Eu tenho pavor de violência," disse a senhora passageira.



O capitão e os imediatos estavam observando e ouvindo tudo aquilo. A um sinal do capitão, o terceiro imediato desceu para o convés principal. Ele passou pelos passageiros e a tripulação, dizendo que ainda haviam muitos problemas no navio.



"Nós fizemos muito progresso," disse ele, "Mas resta muito ainda a ser feito. As condições de trabalho para o marinheiro hábil ainda são duras, o Mexicano ainda não está ganhando os mesmos salários dos Anglos, as mulheres ainda não têm os mesmos cobertores que os homens, o jogo de dados aos Sábados à noite do Índio é uma compensação insignificante pelas suas terras perdidas, é injusto para o contramestre que ele tenha que continuar a chupar o pau no armário, e o cachorro ainda é chutado às vezes".



"Eu acho que o capitão precisa ser informado novamente. Iria ajudar se vocês todos fizessem outro protesto - contanto que ele permaneça não-violento."



Enquanto o terceiro imediato caminhava de volta à popa, os passageiros e a tripulação gritaram insultos para ele, mas mesmo assim fizeram o que ele disse e reuniram-se à frente do convés da popa para outro protesto. Eles discursaram e enfureceram-se e brandiram os seus punhos, e eles até mesmo atiraram um ovo podre ao capitão (que ele se esquivou habilmente).



Após ouvir as queixas, o capitão e os imediatos amontoaram-se para uma conferência, durante a qual eles piscaram e ficaram amplamente risonhos entre eles. Então o capitão deu um passo à frente do convés da popa e anunciou que seria dado luvas ao marinheiro hábil para manter os seus dedos aquecidos, o marinheiro Mexicano iria receber três-quartos do salário de um Anglo marinheiro, as mulheres iriam receber mais um cobertor, o marinheiro Índio iria poder organizar um jogo de dados nas noites de Sábados e Domingos, o contramestre seria permitido a chupar paus após escurecer, e ninguém poderia chutar o cachorro sem permissão especial do capitão.



Os passageiros e a tripulação estavam em êxtase sobre essa grande vitória revolucionária, mas pela manhã seguinte eles estavam novamente a sentir-se insatisfeitos e começaram a resmungar sobre os mesmos velhos sofrimentos.



O camaroteiro dessa vez estava ficando furioso.



"Seus tolos malditos!" gritou. "Vocês não vêem o que o capitão e os imediatos estão fazendo? Eles estão mantendo vocês ocupados com as suas queixas triviais sobre cobertores e salários e o cachorro sendo chutado para que vocês não pensem sobre o que realmente está errado com este navio - que está indo cada vez mais longe para o norte e nós todos nos iremos afogar. Se somente alguns poucos de vocês recuperarem a razão, juntarem-se, e atacarem o convés da popa, nós poderemos virar este navio de volta e salvarmos-nos. Mas tudo o que vocês fazem é choramingar sobre questões insignificantes e triviais como condições de trabalho e jogos de dados e o direito de chupas paus".



Os passageiros e a tripulação estavam exasperados.



"Insignificantes!!" gritou o Mexicano, "Você acha que é razoável que eu ganhe somente três-quartos dos salários de um Anglo marinheiro? Isso é trivial?".



"Como você pode chamar minha queixa de trivial?" gritou o contramestre. "Você não sabe quão humilhante é ser chamado de 'fruta'?".



"Chutar o cachorro não é uma "questão insignificante e trivial!" berrou o amante de animais. "É insensível, cruel, e brutal!".



"Tudo bem então", respondeu o camaroteiro. "Essas questões não são insignificantes e triviais. Chutar o cachorro é cruel e brutal e é humilhante ser chamado de fruta. Mas em comparação com o nosso problema real - em comparação com o facto de que o navio ainda está rumando a norte - as suas queixas são insignificantes e triviais, porque se nós não virarmos este navio logo, nós todos nos iremos afogar".



"Fascista!" disse o professor.



"Contra-revolucionário!" disse a dama passageira. E todos os passageiros e a tripulação soaram um após o outro, chamando o camaroteiro de fascista e de contra-revolucionário. Eles afastaram-no para longe e voltaram a resmungar sobre salários, cobertores para mulheres, sobre o direito de chupar paus, e sobre como o cão era tratado. O navio continuou a navegar para norte, e após um tempo foi esmagado entre dois icebergues e todos morreram.



Por Ted Kaczynski, 1999

sexta-feira, 1 de abril de 2011

domingo, 11 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dez Golpes Contra a Política

Politica é a arte da separação.
Onde a vida têm perdido sua plenitude, onde os pensamentos e as ações dos indivíduos tem sido dissecados, catalogados e cercados em esferas separadas - a politica se inicia. Tendo distanciado algumas das atividades dos individuos (a discussão, conflito, decisão em comum, entendimento) em uma zona que por si mesma clama governar tudo e todos, certo de sua independência, a politica é ao mesmo tempo a separação entre as separações, e a administração hierarquica do separatismo. Deste modo, a politica se mostra como uma especialização, forçada a transformar o problema sem solução de sua função num pressuposto necessário para resolver todos os problemas. Por esta razão, o papel do profissional na politica é incontestável - e tudo que pode ser feito é substituí-los de tempos em tempos. Sempre que os subversivos aceitam separar os vários momentos da vida e mudar condições específicas iniciadas por tais separações, eles se tornam os melhores aliados da ordem mundial. De fato, enquanto a política aspira ser um tipo de precondição da própria vida, a política ataca com seu bafo mortal em todo lugar.

A politica é a arte da representação
Para governar as mutilações impostas a vida, a política restringe os individuos a passividade, a contemplação do espetáculo preparado sob a impossibilidade de suas ações, sob a irresponsável delegação de suas decisões. Então, enquanto a abdicação da vontade de determinar a sí próprio transforma indivíduos em apêndices da máquina estatal, a politica recompõem a totalidade da fragmentação numa falsa unidade. O poder e a ideologia celebram portanto seu casamento mortal. Se a representação é o que toma a capacidade de agir dos individuos, substituindo pela ilusão de serem participantes ao invés de espectadores, esta dimensão do politico sempre reaparece onde quer que qualquer organização toma o lugar do individuo e qualquer programa os mantem em passividade. Isto sempre reaparece onde uma ideologia une o que é separado na vida.

A politica é a arte da mediação
Entre a tão chamada totalidade e os individuos, e entre individuo e individuo. No momento em que a divina vontade tem necessidade de seus interpretes terrestres, deste modo a coletividade tem necessidade de seus delegados. Assim como na religião, não existe relacionamento entre humanos mas sim entre os crentes, assim como na politica não são os individuos juntos, mas sim os cidadãos. A conexão entre os membros impedem a união porque a separação desaparece com a união. A politica nos submete todos igualmente porque não existe diferença na escravidão - igualdade perante Deus, igualdade perante a lei. É por isso que a politica subsititui o dialogo real, o qual recusa mediações. O racismo é o sentimento de pertencer que impede a relação direta entre os individuos. Toda politica é uma simulação participatória. Toda politica é racista. Apenas pela demolição de suas barreiras pela revolta cada um poderia se conhecer em sua individualidade. Eu me revolto, consequente, estamos em revolta. Mas se estamos, adeus revolta.

Politica é a arte da impersonalidade
Cada ação é como o momento de uma faísca que escapa da ordem da regra geral. A politica é a administração desta ordem. "Que tipo de ação você quer face a complexidade do mundo?" Isto é aqueles que tem sido entorpecidos pela dual sonolência de um Sim que é não e um Mais que é nunca. Burocracia, este criado fiel da politica, é o nada administrado para então ninguem poder agir, portanto ninguem reconhece sua responsabilidade na irresponsabilidade generallizada. O poder não diz mais que está tudo sob controle, ele diz o oposto: Se eu não administrar sempre para achar a solução, imagine alguma coisa qualquer ".
A politica democratica esta baseada agora na ideologia catastrofica da emergencia (" Nós ou o fascismo, nós ou o terrorismo, nós ou o desconhecido"). Mesmo quando oposto, geralmente é sempre um evento que nunca acontece e que cancela todos aquels que acontecem. A politica convida a tdos a participarem do esptaculo deste movimento imóvel.

A politica é a arte de adiar.
O tempo da politica é o tempo futuro, este é o porque que apriosiona todos num presente miserável. Todos juntos, porém amanhã. Qualquer um que diz " Eu e Agora!" arruina a ordem da espera com a impaciência que é a exuberancia do desejo. Esperar por um objetivo que escapa do percurso do particular. Esperar por um crescimento quantitativo adequado. Esperar por resultados mensuráveis. Esperar pela morte. Politica é a constante tentativa em transformar a aventura em futuro. Mas apenas se eu decido "eu e agora" poderia sempre ser um nós que não é o espaço de renuncia mutua, a mentira que rende a cada um de nós o controle do outro. Qualquer um que queira agir imediatamente é sempre colocado sob um olhar suspeito. Se não é um provocador, isto é, pode ser usado como um. Mas é o momento de uma ação e de um prazer sem amanhãs que nos transporta para a manhã seguinte. Sem os olhos fixados na mão do relógio.

A politica é a arte da acomodação.
Sempre a espera das condições estarem propicias, Acaba-se , cedo ou tarde formando uma aliança com o senhor da espera. Na realidade, a razão, que é o orgão da impersonalidade, sempre fornece alguma boa razão para chegar a um acordo, para restringir danos, para a salvação de algum detalhe de um todo desprezivél. A politica tem um olhar afiado para descobrir alianças. Não são todos os mesmos, eles dizem. O Partido Comunista Reformado certamente não é como a crescente e perigosa direita. (não votamos para eles nas eleições - somos abstencionistas - porem as comissões civis, as iniciativas nas praças são outra coisa). A saúde pública é sempre melhor que a assitência privada (devido ao custo). Um salário minimo garantido é sempre preferível ao desemprego. A politica é o mundo do menos mal. E submeter a si mesmo ao menos mal, pouco a pouco aceita-se a totalidade na qual apenas parcialidades são garantidas. Qualquer um que contrariamente não quer nada com este menos mal é um aventureiro. Ou aristocráta.

A politica é a arte da avaliação (calculo).
Para que se possa fazer alianças lucrativas, é necessário aprender os segredos dos aliados. Avaliação politica é o primeiro segredo. É necessário aprender por onde andar. É necessário desenvolver relações de esforços e resultados. E por meio do calculo do que se tem, acaba-se se beneficiando de tudo exceto da vontade de se posicionar no limite e perder. Portanto, sempre se dedica consigo mesmo, cuidadoso e rapido para pedir a conta. Com o olho fixado no que o circunda, nunca se esquece de si mesmo. Vigilante como um militar. Quando o amor de si mesmo se torna escessivo requer (...).
E esta superabundanicia de vida nos faz esquercermo de nós. Na tensão da agitação, nos faz perdera conta. Mas o esquecimento de nós mesmos é o desejo de um mundo no qual é o preço de perder a si mesmo, um mundo que
merece nosso esquecimento. E isto é o porque que o mundo esta assim, administrado por carcereiros e contadores, destruido - parafazer espaço para o gasto de nós mesmos. A insurreição começa aqui. Superando o calculo, mas não através da carencia, como o humanitarismo perfeitamente moderado e silencioso aliando-se com as recomendações do carrasco, mas sim através do excesso. Aqui acaba a política.


A política é a arte do controle.
Para que a atividade humana não seja libertada dos grilhões das obrigações e do trabalho revelando a si mesmo em todo seu potencial. Para que os trabalhadores não se encontrem como individuos e coloquem um fim na exploração. Para que os estudantes não decidam destruir as escolas para que possam escolher quando e como aprender. Para que os amigos intimos e parentes não se apaixonem e deixem de ser meros servos de um mero estado. Para que as crianças sejam copias imperfeitas dos adultos. Para que a distinção entre bons (anarquistas) e maus (anarquistas) não seja disfeita. Para que os individuos não tenham relacionamentos e sim mercadoria. Para que ninguem desobedeça a autoridade. Para caso alguem atacar a estrutura da exploração do estado, alguem apressa-se a dizer, "este não o trabalho de camaradas" . Para que os bancos, cortes e quartéis não explodam. Resumindo, para que a vida não se manifeste.

A politica é a arte da recuperação
A mais efetiva maneira de desencorajar toda rebelião, todo desejo para uma mudança real, é apresentar um homem ou mulher do estado como subversivos, ou melhor ainda, tranformar um subversivo em um homem ou mulher do estado. Nem todas as pessoas são pagas pelo governo. Existem funcionários que não são encontrados nos parlamentos. Antes, frequentam os centros sociais e conhecem suficientemente as teorias revolucionárias. Eles argumentam sobre o potencial libertário da tecnologia; teorizam sobre as esferas públicas não-estatais e a excelência de tal questão. A realidade - eles sabem isto bem - é sempre mais complexa do que qualquer ação. Portanto, se eles anseiam por uma teoria total, é apenas para negligenciar totalmente isso na vida diária. O poder precisa deles porque - como eles mesmos nos explicam - quando ninguem o critíca, o próprio poder se critica.

A politica é a arte da repressão...
De qualquer um que não separa os momentos de sua vida e daqueles que querem mudar as condições de sua vida começando pela totalidade dos seus desejos. De qualquer um que queira por Fogo na passividade, contemplação e delegação. Daqueles que não querem ser suplantado por qualquer organização ou imobilizado por qualquer progama. De qualquer um que queira ter relações diretas entre individuos e fazer diferente cada espaço uniforme. De qualquer um que não tenha nenhum nós para qual jurar. De qualquer um que pertube a ordem de esperar pois quer se levantar imediatamente, não amanhã ou depois de amanhã. De qualquer um que se ofereça sem compensações e se comporta de modo impróprio em excesso. De qualquer um que defenda seus camaradas com amor e determinação. De qualquer um que ofereça aos recuperadores uma só possibilidade: a de desaparecerem. De qualquer um que recuse tomar lugar nos numerosos grupos de espertos e de anesteziados. De qualquer um que não queira nem governar nem ser governado. De qualquer um que queira transformar o futuro numa fascinante aventura.


“Il Pugnale”, Maio de 1996

domingo, 4 de abril de 2010

A Domesticação da Vida

A domesticação é o processo que a civilização usa para doutrinar e controlar a vida de acordo com a sua lógica. Esses mecanismos aperfeiçoados de subordinação incluem: domesticação, criação, manipulação genética, intimidação, extorsão, aprisionamento, adestramento, coerção, chantagem, escravidão, governo, terrorismo, assassinato - a lista continua, incluindo quase todas as interações sociais civilizadas. Suas ações e efeitos podem ser examinados e sentidos por toda sociedade, reforçada pelas várias instituições, rituais e costumes. É também o processo pelo qual populações humanas antes nômades se mudaram para uma existência sedentária e assentada através da agricultura e criação de animais. Este tipo de domesticação requer uma relação totalitária com a terra, com as plantas e os animais sendo domesticados. Ao passo que em um estado selvagem toda vida divide e compete por recursos, a domesticação destrói esse balanço. A paisagem domesticada (ex.: terras pastoris/campos de agricultura, e em um nível menor, horticultura e jardinagem) requer o fim da livre divisão dos recursos que antes existiam; onde antes era "tudo é de todos", agora é "meu". No romance Ismael, o autor Daniel Quinn fala sobre essa transformação dos "largadores" (aqueles que aceitavam o que a Terra oferecia) aos "pegadores" (aqueles que exigiam da Terra o que eles queriam). Essa noção de posse é o que levou a fundação da hierarquia social enquanto a propriedade e o poder emergiam.

A domesticação não somente muda a ecologia de uma ordem livre para uma ordem totalitária, como escraviza as espécies que são domesticadas. De modo geral, quanto mais um ambiente é controlado, menos sustentável ele se torna. A própria domesticação humana envolve vários tipos de posses e controles, em comparação com o modo de vida nômade e coletor. Não é de se esperar que muitas alterações feitas de uma vida nômade-coletora para vida domesticada não foram feitas de forma autônoma, mas foram feitas através da lâmina da espada e da mira das armas. Considerando que somente há 2.000 anos atrás a maior parte da população do mundo era composta de coletores-caçadores, agora não chega 0.01%. O caminho da domesticação é uma força colonizadora que tem trazido uma grande quantidade de patologias para as populações dominadas e para os criadores dessa prática. Vários exemplos incluem um declínio na saúde nutricional devido ao uso de dietas não diversificadas, cerca de 40 a 60 tipos de doenças foram integradas nas populações humanas através de animais domesticados (como a influenza, gripe comum, tuberculose e a gripe aviária), o aumento dos excedentes que poderiam ser usados para alimentar a população desequilibrada, o que invariavelmente envolve a propriedade e o fim da divisão incondicional.


Tradução: Coletivo Ervadaninha - iniciativa anarquista-verde

sexta-feira, 2 de abril de 2010